A casa está uma bagunça, sua mesa de trabalho/estudo parece um cenário apocalíptico e seu quarto poderia tranquilamente ser apelidado de Chernobyl.
Coincidentemente (ou não), você está passando por momentos de angústia, tristeza ou confusão. Depois de ouvir “Let her go” no repeat e ter chorado as lágrimas do dilúvio, vem uma vontade súbita de ajeitar o ambiente. Você recolhe o lixo, empilha os livros, dobra as roupas, leva os copos que deveriam estar na pia até a pia. Na playlist, o sem sal do Tiago Iorc dizendo que “nada como um dia após o outro”, “quem sete vezes cai levanta oito” enquanto você encontra aquele cinto de camurça que ficou enterrado embaixo da cama por meses.
Organização. Tudo limpo: preto no branco, separar lixo de coisa útil, ver o que serve e o que não serve. O processo de organização externa coloca as ideias no lugar, selecionar e descartar coisas nos ajuda a deixar ir alguns sentimentos.
E mais: pra arrumar, é preciso, antes, deixar sair do controle. É preciso um tanto de bagunça, de confusão; é preciso, primeiro, que caia a ideia de que está tudo moralmente localizado.
Só então será possível olhar para a loucura da vida, “the dog days are over”, vida que segue, sacode a poeira que o que não tem remédio remediado está. Como está o ambiente por aí?